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Blog de pesquisa científica

Atualizado: 19 de ago.


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Mariana Checon, estudante do curso de Química da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e integrante do Laboratório de Biotransformação e Biocatálise Orgânica (LaBioCat), alcançou uma conquista notável: foi aprovada direto para o doutorado no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da RENORBIO, com sede na Universidade Federal da Bahia (UFBA).


Sua trajetória acadêmica é marcada pelo envolvimento ativo com a pesquisa desde a graduação, especialmente através da Iniciação Científica no LaBioCat, onde desenvolveu habilidades, aprofundou conhecimentos e fortaleceu sua paixão pela ciência. Essa conquista reflete o impacto transformador da pesquisa na formação de jovens cientistas e reforça a importância dos programas de iniciação para abrir portas no universo acadêmico. 


Parabéns, Mariana!


Confira o relato de Mariana, onde ela compartilha os desafios, aprendizados e inspirações de sua trajetória até o ingresso direto no doutorado:


Como você conheceu o LaBioCat e por que decidiu participar?

Conheci o LaBioCat por indicação de uma colega que já fazia iniciação científica no laboratório. Eu precisava cumprir a carga horária obrigatória do curso e também iniciar o meu TCC, então vi ali uma ótima oportunidade. Desde o início fui acolhida e pude mergulhar de verdade no mundo da pesquisa.


Quais atividades você desenvolveu como integrante do LaBioCat?

Dentro do LaBioCat atuei com fermentação em estado sólido. Comecei com foco na produção de enzimas celulolíticas, mas, com o tempo, mudei o escopo para enzimas oxidativas. A partir daí, desenvolvi experimentos para avaliar a capacidade dessas enzimas em descolorir corantes. Foi um processo desafiador, mas riquíssimo, que resultou em dados, apresentações e artigos.


Como surgiu a ideia de fazer o doutorado direto?

A ideia de tentar o doutorado direto surgiu por uma questão prática. Eu me formei no meio do ano e teria que esperar alguns meses até os processos seletivos de mestrado. Como o edital da RENORBIO para o doutorado estava aberto, resolvi tentar, já que conhecia colegas que seguiram esse mesmo caminho.


Como você se preparou para essa seleção? 

Minha preparação envolveu principalmente o fortalecimento do currículo, algo que a iniciação científica ajudou muito, e a elaboração de um projeto de pesquisa. Essa foi, sem dúvida, a parte mais desafiadora. O tempo foi curto, cerca de um mês entre a abertura do edital e o prazo final. Apesar da experiência com o TCC, escrever um projeto completo, avaliando metodologias e viabilidade técnica, exigiu muito esforço e dedicação. Quando saiu o resultado e vi meu nome na lista de aprovados, senti um orgulho imenso e um alívio por já ter um caminho certo a seguir após a graduação, sem aquela sensação de estar no limbo depois da formatura.


O que você aprendeu no LaBioCat que foi fundamental para essa etapa?

O LaBioCat teve um papel fundamental em tudo isso. Foi lá que entendi como funcionam os programas de pós-graduação, que me vi como pesquisadora e aprendi, na prática, como se faz ciência.


Quais são suas expectativas para o doutorado? Que conselhos você daria para quem ainda está na graduação e sonha em seguir na pesquisa?

Minhas expectativas para o doutorado são grandes. Quero que seja um período de muita aprendizagem, amadurecimento profissional e crescimento pessoal. E, se eu puder deixar um conselho para quem ainda está na graduação e sonha com a pesquisa, seria: comece cedo. No primeiro ou segundo semestre, se possível. Isso faz toda a diferença, não só para construir currículo, mas para ganhar vivência, conhecer os caminhos da ciência e encontrar o que realmente te motiva.

Obrigada a todos que me apoiaram nesta jornada, especialmente à equipe do LaBioCat e aos professores que me guiaram até aqui. Que venham os próximos desafios!


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Um projeto inovador que transforma resíduos de cacau em ração nutritiva e de baixo custo para aves foi aprovado no edital Azeviche: Inovações para Povos e Comunidades Tradicionais – 010/2024, promovido pela Fapesb, em parceria com a Secti e a Sepromi. A iniciativa busca estimular o empreendedorismo inovador entre Povos e Comunidades Tradicionais, apoiando a criação de empresas de base tecnológica que tragam soluções transformadoras para a economia local.


A proposta vencedora foi apresentada pela doutoranda Marise Silva de Carvalho, com o projeto “Ração sustentável para aves a partir da fermentação de resíduos de cacau”. A solução utiliza uma biomassa abundante na região cacaueira, que passa por um processo fermentativo com fungos seguros, resultando em um ingrediente altamente nutritivo, rico em proteínas, prebióticos e de fácil digestibilidade.


O diferencial da formulação está não apenas no valor nutricional, mas também no impacto econômico: a ração a ser desenvolvida pode reduzir o custo final em comparação com as opções comerciais, fortalecendo a criação de aves — prática essencial para a subsistência e geração de renda em diversas comunidades tradicionais e de terreiro.


Marise, que é muzenza do Terreiro de Zumbarandá Amasi Asi, une sua vivência acadêmica ao pertencimento às tradições de matriz africana. Essa conexão torna o projeto ainda mais relevante, pois integra ciência, cultura e sustentabilidade para promover autonomia econômica e valorização das comunidades tradicionais.


Parabéns, Marise! Que orgulho ter você como pesquisadora do LaBioCat.

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O atual modelo econômico é conhecido como produção linear. Nesse modelo, os recursos são extraídos da natureza, transformados em bens e serviços, vendidos, utilizados e, por fim, descartados. No entanto, este ciclo gera uma demanda excessiva por novos recursos naturais e a produção de grandes volumes de resíduos, contribuindo para a degradação ambiental.


Nos últimos anos, um novo modelo tem ganhado visibilidade: a Economia Circular. Ao contrário da lógica linear, a Economia Circular busca desenvolver mercados que ofereçam incentivos à reutilização de produtos, evitando o descarte. Nesse sistema, resíduos como roupas usadas e materiais industriais são reintegrados à economia. Assim, é gerado menos impacto ambiental e promove-se o uso inteligente dos recursos disponíveis.


Aqui no LaBioCat, aplicamos os princípios da Economia Circular em diversas pesquisas, transformando resíduos agroindustriais em produtos de alto valor agregado, como:


  • Biocombustíveis;

  • Embalagens biodegradáveis;

  • Carvão ativado.


A Economia Circular na prática


Um estudo desenvolvido por pesquisadores do LaBioCat demonstra como seguimos os princípios da Economia Circular na prática. Ao invés de descartar a casca da amêndoa do cacau, resíduo comum da indústria do chocolate, os pesquisadores encontraram uma forma de reaproveitá-la. Esse material foi utilizado para produzir nanopartículas de prata (AgNPs) por meio da síntese verde. Essa técnica utiliza compostos naturais no lugar de substâncias químicas tóxicas, tornando o processo mais ecológico e seguro. As nanopartículas obtidas a partir da casca da amêndoa do cacau foram testadas contra alguns patógenos transmitidos por alimentos, como Escherichia coli e Salmonella, apresentando alta eficácia no combate a esses microrganismos.


Esse estudo mostra como é possível transformar problemas em soluções sustentáveis, agregando valor a resíduos e promovendo inovação com responsabilidade ambiental.



Explore nosso site e conheça outras pesquisas desenvolvidas no LaBioCat! 


Se quiser saber mais sobre como desenvolvemos pesquisas alinhadas aos princípios da Economia Circular, assista esse vídeo do canal do YouTube do LaBioCat.


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