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Blog de pesquisa científica




Esta semana, o Dr. Igor Sampaio, juntamente com as doutorandas Isabela de Moura e Taíse Ribeiro, representaram o Laboratório de Biotransformação e Biocatálise Orgânica (UESC) no XIII Simposio Nacional de Ingeniería Química y Bioquímica Aplicada, realizado em Saltillo, México.


Desde agosto, esses pesquisadores participam de uma instância de colaboração entre o Labiocat e o Biorefinery Group da Universidad Autónoma de Coahuila (projeto financiado pelo CNPq) fortalecendo laços científicos e ampliando oportunidades de pesquisa conjunta.

Durante o evento, foram apresentados três pôsteres abordando temáticas relevantes, como: valorização de resíduos lignocelulósicos, processamento de águas residuais têxteis, produção de biomassa de microalgas utilizando frações líquidas do processamento de resíduos têxteis.


Destaca-se que o pôster apresentado pelo Dr. Igor Sampaio recebeu um prêmio de reconhecimento como melhor apresentação na área de bioprocessos, em virtude do trabalho com microalgas cultivadas em água residual têxtil processada. Além disso, o Dr. Igor também realizou uma apresentação oral sobre valorização de águas residuais têxteis, reforçando a importância dessa linha de pesquisa para o desenvolvimento sustentável.


O evento foi uma oportunidade valiosa para troca de experiências, networking com novos pesquisadores e aprofundamento em diferentes linhas de pesquisa.




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Você já imaginou transformar a casca de cacau, que costuma ser descartada, em um material inovador, útil e ecológico? Foi exatamente isso que um grupo de pesquisadores do LaBioCat fez ao criar um filme biodegradável a partir de nanofibrilas da casca de cacau, preservando os compostos bioativos importantes!


Transformando resíduo em inovação

A pesquisa foi realizada por meio de um processo mecânico, sem recorrer a produtos químicos ou enzimas. O diferencial foi usar essas nanofibrilas como base para filmes biodegradáveis, acrescentando glicerol como plastificante em diferentes concentrações (0, 1, 3, 5 e 7%).


Os pesquisadores examinaram diversas características importantes, como forma, estrutura e estabilidade térmica.


Qual a combinação ideal?

Eles descobriram que os filmes com 3 % e 5 % de glicerol apresentaram um conjunto de propriedades mais equilibrado:

  • Menor permeabilidade ao vapor d’água (o que beneficia durabilidade),

  • Maior capacidade de degradação em água, uma combinação interessante para uso em ambientes controlados ou planejados para compostagem.


Além disso, os filmes mantiveram os compostos aromáticos e fenólicos, responsáveis pela atividade antioxidante natural da casca de cacau. Isso significa que esses filmes podem oferecer proteção adicional contra oxidação, especialmente útil em aplicações alimentícias ou sensíveis à oxidação.


Este estudo abre portas para:

  • Aproveitar resíduos agroindustriais de forma criativa e valiosa;

  • Criar embalagens ou revestimentos biodegradáveis, aliados à sustentabilidade;

  • Proteger alimentos ou produtos sensíveis utilizando propriedades antioxidantes naturais, sem aditivos sintéticos.


É uma excelente demonstração de como materiais renováveis e métodos simples podem gerar soluções inovadoras, práticas e ecológicas, com enorme potencial para aplicações futuras, como embalagens com função ativa, filmes comestíveis ou outros materiais sustentáveis.


  • Foto do escritor: mfranco6
    mfranco6
  • 20 de ago.
  • 1 min de leitura



Quando ouvimos falar em fermentação, a primeira imagem que vem à mente costuma ser a do pão crescendo no forno ou da cerveja fermentando em tonéis. Mas existe um outro tipo de fermentação, menos conhecido, mas muito importante no mundo da biotecnologia: a fermentação em estado sólido (FES).


Esse processo acontece quando microrganismos crescem sobre um substrato sólido com pouca umidade, ou seja, sem água livre disponível. Parece simples, mas é justamente essa característica que torna a FES tão especial. Afinal, ela recria de forma bem próxima o ambiente natural de muitos fungos, o que resulta em uma produção mais eficiente de enzimas e outros compostos de interesse.


Como em qualquer processo biotecnológico, a FES exige bastante cuidado. O crescimento microbiano e a qualidade da produção dependem de fatores como:


  • tipo de substrato utilizado;

  • espécie de microrganismo escolhida;

  • tempo de fermentação;

  • umidade, temperatura e pH adequados.


Cada detalhe faz diferença e pode impactar no resultado final. É por isso que os pesquisadores precisam ajustar com precisão essas condições para garantir uma boa produção.


Em resumo

A fermentação em estado sólido é uma técnica promissora que combina eficiência, sustentabilidade e baixo custo. Ao transformar resíduos em produtos de alto valor, como enzimas industriais, ela mostra o poder da biotecnologia em criar soluções inovadoras e mais próximas da natureza.

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